sexta-feira, 20 de abril de 2012





YPF ARGENTINA...

Assunto muito comentado pela mídia é o fato de a Cristina Kirchner ter nacionalizado a petroleira espanhola YPF... Em contrapartida, a Espanha ameaça nacionalizar o Messi... Dizem os especialistas que o Messi vale muito mais que a YPF...



A minha amiga Rosinha, caixa do supermercado GB, chama a presidente da Argentina de Cristina Kitchenette (quitinete), deve ser em alusão ao tamanho do apartamento dela (é bem pequeno)...
Está todo mundo odiando a Cristina... Na Argentina só se salva o Vice-Presidente, que se chama Amado... AMADO BOUDOU... Com esse nome de batismo ainda bem, o vice dela poderá se salvar... Na realidade ele deve ser o único argentino que é amado... No nome, pelo menos...




A Cristina nacionalizou a petroleira porque é mais fácil conquistar uma petroleira do que uma ilha... E ela vive também em pé de guerra com a imprensa argentina. Ela até já nacionalizou a empresa que produz papel jornal no país... Para se ter uma idéia de até onde a briga chega,  um jornal argentino publicou: Cristina Kirchner vence, apesar de a Argentina ainda ser uma democracia...


Falando sério, agora... A questão YPF atormenta também o Brasil... A presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil não interfere em assuntos internos de outros países, ao perguntarem sobre a posição brasileira em relação à expropriação da petrolífera YPF pela Argentina. Segundo Dilma, o governo poderá ajudar o país, se Cristina Kirchner fizer esse tipo de solicitação... O governo Kirchner é alvo de críticas da União Européia e dos Estados Unidos devido à estatização, administrada pela REPSOL... De maneira alguma interferiremos, emitiremos opiniões e juízo de valor, ressaltou dona Dilma.



Dilma acrescentou, ainda, que desconhece que esse tipo de pedido tenha sido encaminhado pelos argentinos aos brasileiros... O Brasil sempre foi um país que nunca se negou a ajudar quem quer que seja, agora, depende do que for o pedido, completou...

Empresas espanholas com investimentos na Argentina anunciaram a suspensão dos negócios no país. Europeus e norte-americanos ameaçam fazer o mesmo, se o governo Kirchner mantiver o plano de expropriação da YPF. Para os argentinos, a expropriação foi à alternativa, pois havia desconfianças de investimentos inadequados no país.



O ministro do Planejamento da Argentina designado interventor na YPF, JULIO DE VIDO, esteve em Brasília para uma série de reuniões com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidenta da Petrobras, Graça Foster. Mais uma vez, Dilma reiterou apoio à Argentina e defendeu o respeito à soberania nacional.
Porém, a comunidade internacional reagiu mal à iniciativa da Argentina. O Parlamento Europeu aprovou hoje resolução que deve suspender o direito a acesso de privilégios concedido aos produtos argentinos na Europa. As medidas de restrições serão definidas em reunião de chanceleres.


REPSOL YPF S.A. é um grupo petroleiro hispano-argentino, formado em 1999, a partir da compra da empresa estatal argentina YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales) pelo conglomerado espanhol REPSOL (Refineria de Petróleos de Escombreras Oil), no contexto de um controverso processo de privatização da YPF, durante o governo de Carlos Menem.

REPSOL YPF S.A. é uma das dez maiores petroleiras do mundo e a maior companhia energética privada hispano-americana, em termos de volume de ativos. Opera em mais de 30 países e emprega mais de 37.000 pessoas. Seus dois principais mercados são a Espanha e a Argentina.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou projeto de lei ao Congresso Nacional determinando a nacionalização da petroleira YPF no país, filial da espanhola REPSOL. A companhia será declarada de interesse público nacional... 51% das ações da companhia passarão ao controle do governo federal, enquanto os outros 49% serão distribuídos entre as províncias.

A REPSOL YPF é a líder no mercado de combustíveis na Argentina. Sua filial YPF, privatizada nos anos 1990, controla 52% da capacidade de refinamento do país e dispõe de uma rede de 1.600 estações de serviços... O governo e as províncias produtoras de petróleo responsabilizam a empresa por não cumprir compromissos de investimento e dizem que isso obriga o país a importar grandes volumes de hidrocarbonetos.



Umas das principais críticas é que a REPSOL-YPF reduziu um terço de sua produção de petróleo nos últimos anos e mais de 40% a de gás, o que forçou a Argentina a aumentar em mais de US$ 9 bilhões as importações de hidrocarbonetos, segundo um documento das províncias... A REPSOL YPF rejeita o argumento oficial e assegura que em 2012 deve investir 15 bilhões de pesos (US$ 3,4 bilhões) no país.

O ministro argentino da Economia, Hernán Lorenzino disse que objetivo do governo é atingir o auto abastecimento de petróleo, após analisar cada uma das concessões e o cumprimento dos contratos e quando isso não ocorre, a situação se reverte.



A intenção de nacionalizar a companhia já provocava tensão entre Espanha e Argentina. Segundo a Espanha, o ato seria uma agressão à segurança jurídica existente entre os países.

O ministro de Assuntos Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo disse que qualquer agressão violando o princípio de segurança jurídica da REPSOL será tomada como uma agressão à Espanha, que tomará as ações que julgar necessárias e pedirá o apoio que for preciso a seus sócios e aliados.


Após o anúncio de nacionalização, a cotação das ações da petroleira argentina YPF foi suspensa na Bolsa de Nova York. A ação da YPF era cotada a US$ 19,5 em queda de 11,16%, quando os papeis foram suspensos.

YPF - Yacimientos Petrolíferos Fiscales (Campos de petróleo Fiscais) foi uma empresa petrolífera argentina fundada em 1922 na administração do presidente Hipólito Yrigoyen, foi a primeira companhia petrolífera do mundo a tornar-se verticalmente integrada.  Seu fundador e primeiro diretor Enrique Mosconi defendia a independência econômica e a nacionalização dos recursos petrolíferos. Este último, no entanto, nunca foi alcançado devido a um golpe militar em 1930 contra Yrigoyen apoiada por fundos estrangeiros de petróleo... YPF foi privatizada em 1993 e comprada pela empresa espanhola Repsol em 1999. A renacionalização de 51% da empresa foi iniciada agora pela presidente Cristina Fernández de Kirchner...




YPF, empresa especializada na exploração, produção, refino e comercialização de petróleo, teve sua origem em 1907, quando o petróleo foi descoberto perto da cidade de Comodoro Rivadavia, em Chubut... Após a I Guerra Mundial, o petróleo tornou-se um recurso importante, levando a lutas entre as potências rivais para ter o controle dela.



YPF, como empresa, foi criada pelo presidente Hipólito Yrigoyen em 3 de Junho de 1922. Foi a primeira empresa petrolífera inteiramente estatal do mundo, sendo a segunda a francêsa PCP - Compagnie Française des pétroles (Companhia Francesa de Petróleos), criada em 1924 pelo conservador Raymond Poincaré... A criação da YPF foi seguida pela boliviana YPFB - Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, bem como a uruguaia ANCAP - Administración Nacional de Combustíveis, Álcool y Portland e a brasileira Petrobras, criada em 1953 por Getúlio Vargas. O primeiro diretor da YPF foi o general Enrique Mosconi .
A YPF comprou seu primeiro navio-tanque nos Estados Unidos em 1923, e construiu não apenas várias instalações de extração, mas cidades inteiras, como: Comodoro Rivadavia e Caleta Olivia, em Santa Cruz; Huincul Plaza , em Neuquén , e Mosconi Geral, em Salta. Amparado pela produção em Comodoro Rivadavia, a empresa produziu 2,2 milhões de barris em seu primeiro ano de operação (1922); Isso representou mais de três quartos da produção nacional e cerca de um quarto do consumo de petróleo da Argentina naquele ano. Os contratos assinados em 1923 com a Bethlehem Steel permitiu a YPF iniciar a produção de gasolina e querosene. 
Gal. Mosconi, que já havia sido encarregado da divisão de Aeronáutica do Exército, propôs a Joaquín Corvalán, governador da Província de Salta, a exploração de petróleo Salta pela YPF, oferecendo-lhe royalties de 13% para a província.  Corvalán, aliada a Standard Oil of New Jersey, rejeitou a proposta de Mosconi, no entanto, referindo-se ao conceito de autonomia provincial levou Mosconi a evoluir a favor da nacionalização das reservas de petróleo, a fim de reforçar a independência da Argentina. O desenvolvimento precoce de grandes depósitos na província permitiu YPF para se tornar líder no mercado local desde o início.



A primeira refinaria de petróleo YPF foi inaugurada em dezembro de 1925, em Ensenada, e na época era a décima do mundo.  De acordo com Mosconi, isso gerou o início da mobilização de todos os tipos de resistências e obstáculos a partir do petróleo trusts, em especial a Standard Oil, que foi uma das empresas estrangeiras mais influentes na Argentina, com presença em Comodoro Rivadavia, Jujuy e Salta.
A Câmara dos Deputados aprovou uma lei em 28 de setembro de 1928, estabelecendo o monopólio estatal do petróleo.  O monopólio, entretanto, não era absoluto, sendo limitado a exploração de petróleo e o transporte, mas excluindo vendas e  importações.   A lei foi apoiada pelo presidente Marcelo Torcuato de Alvear, mas acabou por ser bloqueado pelos conservadores no Senado .
A nacionalização do petróleo se tornou um tema importante da campanha eleitoral Yrigoyen de 1928, embora os Yrigoyenistas focaram suas críticas sobre a Standard Oil of New Jersey, abstendo-se do ataque do império britânico, para quem a economia argentina estava intimamente ligado, e, em particular, a Real holandesa Shell.
Após a vitória de Yrigoyen nas eleições de 1928, a YPF, ainda dirigido por Enrique Mosconi, reduziu os preços do petróleo em maio de 1929, levando ao barril mais barato de petróleo do mundo, para um aumento importante nas vendas da YPF em relação aos suas rivais Esso e Shell, empresas privadas, forçando a baixar seus preços. Mosconi também reduziu o preço do querosene e agroquímicos para contribuir para o desenvolvimento das regiões do interior da Argentina.
 
Uma parceria com o distribuidor Auger & Co. assinado em 1925 resultou em uma rede de mais de 700 postos de abastecimento que vendiam 178 milhões de litros (47 milhões de galões).

O Instituto de Petróleo (Instituto del Petróleo) foi criado em 30 de dezembro de 1929, e dirigido por Ricardo Rojas, reitor da Universidade de Buenos Aires. Prevendo conflitos com empresas privadas dos EUA, Mosconi propôs um acordo com a empresa estatal AMTORG da União Soviética, para permitir a Argentina de importar 250 mil toneladas de petróleo a cada ano. O acordo foi oficializado em setembro de 1930, juntamente com a completa nacionalização dos recursos petrolíferos;  mas em 6 de setembro de 1930, Yrigoyen foi deposto por um golpe militar chefiado pelo general José Félix Uriburu , e o projeto foi retirado.


Resumindo... O Presidente Carlos Menem iniciou a privatização de muitas das refinarias da empresa, postos de gasolina, dutos e campos de petróleo em 1991. O emprego foi reduzido para menos de 13 mil (65%), com perdas na ordem de U$ 200 milhões anualmente. Com faturamento de U$ 3,9 bilhões em 1992 e uma participação de 80% na YPF, foi vendida em 1993 por U$ 3 bilhões em dinheiro, mais U$ 2 bilhões em dívida de aposentadoria. Os governos nacionais e provinciais detinham uma quota de 25% (incluindo a golden share). 

O grupo espanhol multinacional Repsol comprou 98% da YPF em 1999 em duas etapas: uma quota de 15% vendida pelo governo nacional por U$ 2 bilhões, e 83% por mais U$ 13 milhões, incluindo todas as restantes partes do setor público (10% igualmente dividido entre a nação e as províncias).
A união das duas empresas assumiram o nome REPSOL YPF... YPF representaria 40% das reservas da empresa nova, com mais de 50% de sua produção.



O Grupo Petersen (propriedade da família Eskenazi de Buenos Aires) firmou uma parceria com a Repsol em 2007 através da aquisição de uma participação de 15% na YPF, o grupo comprou outros 10% da empresa em maio de 2011. A maioria das ações da empresa (58%) permaneceu sob o controle da REPSOL, enquanto 16% mantiveram-se em carteiras privadas, o governo argentino manteve a golden share. 
A relação entre a YPF e o governo tornou-se difícil.  O equilíbrio nação comércio de energia registrou uma perda de U$ 3 bilhões em 2011, o primeiro desde 1987. A Presidente Cristina Fernández de Kirchner polemizou a YPF, freqüentemente, em discursos durante todo o mês de março de 2012, alegando que a falta de investimento e o excesso de dividendos na empresa tinha causado o declínio na produção.  


Assim, Cristina Fernández de Kirchner anunciou o projeto de lei para nacionalizar YPF, citando petrolífera brasileira Petrobras como exemplo... A presidente anunciou a introdução de um projeto de lei para a parcial renacionalização da YPF, em que o Estado iria adquirir uma quota de 51%, o governo nacional teria, por sua vez, o controle de 51% deste pacote, e os governos provinciais de 49%. O ministro do Planejamento , Julio de Vido foi nomeado para chefiar a intervenção federal, substituindo o CEO Sebastián Eskenazi.

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